Registo | Contactos

Investigação inédita pode melhorar a eficácia da quimioterapia

10 Mar 2017 - 13h27 - 2.511 caracteres

Uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve, liderada por Wolfgang Link, acaba de publicar, na revista Nature Communications, os resultados de uma investigação inédita na área do cancro. Reconhecendo o facto de que um número significativo de mortes se deve à resistência intrínseca ou adquirida, ao longo do tempo, à quimioterapia, os investigadores quiseram compreender de que modo as células cancerígenas se tornam resistentes às terapias convencionais.

 

Assim, através de um estudo alargado, que culminou com uma série de ensaios a partir de amostras recolhidas de pacientes, os investigadores descobriram que a proteína TRIB2, uma proteína presente no corpo humano, ajuda as células cancerígenas a resistir a diversas drogas quimioterapêuticas usadas atualmente no tratamento de pacientes. Tendo realizado testes que provam que níveis elevados da proteína estão associados a um prognóstico negativo para estes doentes, estes investigadores concluíram que uma maior concentração de TRIB2 contribui para a ativação de uma via (PI3K/AKT) que regula a sobrevivência das células cancerígenas, tornando, assim, ineficazes os tratamentos de quimioterapia.

A descoberta, de cariz completamente inédito, permite, assim, contribuir para o desenvolvimento de novas terapias, mais personalizadas, para doentes com altos níveis desta proteína, ajudando a conseguir tratamentos mais eficazes e, consequentemente, aumentando a taxa de sucesso e de sobrevivência associada à doença oncológica.

O estudo, levado a cabo por Richard Hill, Patrícia Madureira, Bibiana Ferreira, Inês Baptista, Laura Colaço Susana Machado e Wolfgang Link, despertou, inclusivamente, o interesse da gigante Bayer, farmacêutica, que, em 2012, viu potencial no projeto, concedendo-lhe uma bolsa de financiamento.

A publicação na Nature Communications (http://www.nature.com/articles/ncomms14687) consagra, assim, um longo processo de estudo que promete revolucionar a eficácia dos tratamentos de quimioterapia e abre portas ao surgimento de uma medicina cada vez mais personalizada.

 

Gabinete de Comunicação – Universidade do Algarve


© 2017 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva


Gabinete de Comunicação - Universidade do Algarve

Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto

Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo