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Novo tipo de células do sangue funciona como indicador de doenças autoimunes

14 Ago 2017 - 18h02 - 2.717 caracteres

Um grupo de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) Lisboa descobriu que um tipo específico de células reguladoras no sangue humano, as células T reguladoras foliculares, são formadas sempre que existe produção de anticorpos, aumentando transitoriamente após a vacinação e estando persistentemente aumentadas em pessoas com Síndrome de Sjögren, uma doença autoimune caracterizada pela produção anormal de anticorpos.

A equipa, liderada pelo investigador Luís Graça, descobriu que as células T reguladoras foliculares do sangue são um marcador de respostas imunitárias onde são produzidos anticorpos. Ao mesmo tempo, e contrariamente ao que se pensava, estes resultados publicados agora na revista Science Immunology revelam que estas células no sangue humano não são um indicador direto da capacidade de regular a produção de anticorpos, pelo facto de ainda se encontrarem num estado imaturo.

Para perceber qual o verdadeiro significado da presença de células T reguladoras foliculares no sangue humano, a equipa desenvolveu várias estratégias que lhes permitiram estudar diretamente diferentes tecidos humanos: sangue, timo, amígdalas e sangue do cordão umbilical. Para além disso os investigadores estudaram ainda sangue de pessoas submetidas a vacinação para o vírus da gripe e de pessoas com deficiências genéticas que afetam o sistema imunitário.

Os investigadores perceberam assim que a ideia pré-estabelecida de que as células T reguladoras foliculares no sangue têm a capacidade de impedir a produção de anticorpos anómalos é contrária à observação de que doentes com Síndrome de Sjögren têm uma maior quantidade destas mesmas células em circulação. De facto, a capacidade de regular a produção e anticorpos por partes destas células é especifica das que existem nos tecidos, como os gânglios linfáticos ou amígdalas.

O grupo está agora a investigar o que acontece a estas células noutras doenças autoimunes com o intuito de avaliar o seu potencial não só para diagnóstico, mas também para identificar quais os doentes que podem beneficiar de medicamentos que interferem com a produção de anticorpos prejudiciais.

 

Gabinete de Comunicação – Instituto de Medicina Molecular (iMM)


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