Novo tipo de células do sangue funciona como indicador de doenças autoimunes
Um grupo de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) Lisboa descobriu que um tipo específico de células reguladoras no sangue humano, as células T reguladoras foliculares, são formadas sempre que existe produção de anticorpos, aumentando transitoriamente após a vacinação e estando persistentemente aumentadas em pessoas com Síndrome de Sjögren, uma doença autoimune caracterizada pela produção anormal de anticorpos.
A equipa, liderada pelo investigador Luís Graça, descobriu que as células T reguladoras foliculares do sangue são um marcador de respostas imunitárias onde são produzidos anticorpos. Ao mesmo tempo, e contrariamente ao que se pensava, estes resultados publicados agora na revista Science Immunology revelam que estas células no sangue humano não são um indicador direto da capacidade de regular a produção de anticorpos, pelo facto de ainda se encontrarem num estado imaturo.
Para perceber qual o verdadeiro significado da presença de células T reguladoras foliculares no sangue humano, a equipa desenvolveu várias estratégias que lhes permitiram estudar diretamente diferentes tecidos humanos: sangue, timo, amígdalas e sangue do cordão umbilical. Para além disso os investigadores estudaram ainda sangue de pessoas submetidas a vacinação para o vírus da gripe e de pessoas com deficiências genéticas que afetam o sistema imunitário.
Os investigadores perceberam assim que a ideia pré-estabelecida de que as células T reguladoras foliculares no sangue têm a capacidade de impedir a produção de anticorpos anómalos é contrária à observação de que doentes com Síndrome de Sjögren têm uma maior quantidade destas mesmas células em circulação. De facto, a capacidade de regular a produção e anticorpos por partes destas células é especifica das que existem nos tecidos, como os gânglios linfáticos ou amígdalas.
O grupo está agora a investigar o que acontece a estas células noutras doenças autoimunes com o intuito de avaliar o seu potencial não só para diagnóstico, mas também para identificar quais os doentes que podem beneficiar de medicamentos que interferem com a produção de anticorpos prejudiciais.
Gabinete de Comunicação – Instituto de Medicina Molecular (iMM)
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