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Tornar as cidades “mais amigas” dos peões

13 Mar 2018 - 15h04 - 3.083 caracteres

A Universidade do Minho lidera a conceção de um sistema de navegação que pretende melhorar a circulação dos peões nas principais cidades europeias. Esta tecnologia promete revolucionar o modo como nos deslocamos nos espaços urbanos, considerando critérios como a preferência e a segurança dos transeuntes. Vai ser testada no Porto e em Bolonha, na Itália, podendo ser implementada mais tarde noutras cidades do mundo.

O projeto, intitulado “Smart Pedestrian Net - Smart Cities are Walkable”, visa o desenvolvimento de um modelo capaz de avaliar e otimizar as condições para andar a pé em cidades europeias. “Este modelo pioneiro vai orientar as metrópoles para as pessoas, colocando o modo pedonal como uma dimensão fundamental das cidades inteligentes e inclusivas”, explica o coordenador Rui Ramos, do Centro de Território, Ambiente e Construção (CTAC) da UMinho.

O sistema será avaliado numa primeira fase em duas cidades-piloto, com o objetivo de direcionar as suas políticas de planeamento urbanas e de transportes. O estudo implica ainda a avaliação das condições oferecidas por estes espaços aos peões e a auscultação do custo e dos benefícios da promoção do modo pedonal. Os investigadores do projeto defendem que apostar neste tipo de deslocação é essencial para se tornar a mobilidade mais sustentável, para se incutirem estilos de vida mais saudáveis e para se melhorar a qualidade do ambiente urbano.

As cidades enfrentam crescentes desafios de mobilidade devido à forte dependência dos automóveis. O tráfego motorizado é uma importante fonte de poluição atmosférica e sonora nas cidades. Na União Europeia representa 40% das emissões de CO2 e até 70% dos outros poluentes. O conceito de mobilidade sustentável está focado em mudar este padrão para formas não motorizadas e mais sustentáveis. Caminhar, por exemplo, é um modo suave e ativo que favorece a saúde, além de reduzir o congestionamento do tráfego e a poluição atmosférica.

 

Projeto envolve várias entidades e cerca de um milhão de euros até 2020

Além da UMinho, o projeto envolve a Universidade de Bolonha, a Universidade Europeia de Chipre e a Associação para o Desenvolvimento Sustentável e Inovador em Economia, Ambiente e Sociedade (Áustria). Foi aprovado pela Cofund Smart Urban Futures no âmbito da Joint Programming Initiative Urban Europe, um programa lançado pela Comissão Europeia, e conta com um financiamento de cerca de um milhão de euros até 2020.

 

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