O que é a Ejaculação Precoce?
Embora existam características desenvolvimentais, culturais, religiosas e sociais que possam ter uma influência, o ciclo da resposta sexual tem por norma 4 fases (DEOR):
1. Desejo – fantasias acerca da actividade sexual
2. Excitação – sensação subjectiva de prazer sexual acompanhada por modificações fisiológicas
3. Orgasmo – pico de prazer acompanhado por libertação da tensão sexual e contracção rítmica dos músculos do períneo e dos órgãos sexuais
4. Resolução – sensação generalizada de relaxamento muscular e bem-estar
Contudo, nalguma destas fases podemos ter uma perturbação da resposta sexual, também chamada disfunção sexual.
Esta perturbação pode ser de acordo com o seu início, contexto e factores etiológicos:
- ao longo da vida ou adquirida
- generalizada ou situacional
- secundária a factores psicológicos ou secundária a factores combinados (psicológicos e fisiológicos/substâncias)
A ejaculação precoce é uma perturbação que ocorre na fase da excitação que não se deve exclusivamente aos efeitos directos de uma substância nem a problemas no sistema reprodutivo masculino: pénis, testículos, próstata e vesículas seminais.
Esta perturbação parece atingir já um quarto da população entre os 25-64 anos de idade, embora a maioria das pessoas ainda hesite a falar sobre o assunto devido ao forte estigma associado de menor masculinidade.
Consiste numa ejaculação com estimulação sexual mínima antes, durante ou pouco depois da penetração.
É persistente e recorrente e causa acentuado mal-estar e dificuldades interpessoais, principalmente porque associada a uma incapacidade de controlar a ejaculação para que a relação seja satisfatória para o casal.
A intensa ansiedade de desempenho, o medo da dificuldade em atingir ou manter a erecção ou o stress podem contribuir para o surgimento desta perturbação.
Poderá, contudo, haver uma causa genética de baixa actividade de serotonina: os sinais nervosos entre os neurónios não são transferidos adequadamente.
Esta perturbação deve ser tratada o mais cedo possível quer com medicamentos anti-depressivos (psiquiatra) quer com aconselhamento e terapia sexual (psicólogo) para ajudar o paciente ou o casal a reconhecerem os sinais que antecedem a ejaculação e a capacitá-los do controle dos mesmos com técnicas de distracção, para além de um forte trabalho ao nível da comunicação e do evitar de culpabilização, em variáveis de auto-confiança, auto-estima, locus de controle, etc.
Marta Pimenta de Brito (Psicóloga)
© 2018 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Marta Pimenta de Brito
Membro efectiva da Ordem dos Psicólogos Portugueses com 3 especializações:
1. Psicologia clínica e da saúde
2. Psicologia do trabalho, social e das organizações
3. Psicogerontologia
Licenciada pela Universidade do Porto em Psicologia – consulta de jovens e adultos
Doutorada pela Universidade de Zurique (Suíça) em acesso à saúde mental
Pos-doutorada pela Universidade de Harvard (EUA) em retenção de pacientes
Formação executiva em comunicação, média e advocacy em Harvard (EUA) e Bruxelas (Bélgica)
Elegida por Bruxelas (Bélgica) como uma das “best Spokesperson Europe”
Autora do blogue: https://martapimentadebrito.wordpress.com/
Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto
Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo