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Novo fármaco capaz de atrasar a progressão da doença de Machado-Joseph

24 Set 2018 - 12h04 - 2.821 caracteres

Clévio Nóbrega, investigador do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR), da Universidade do Algarve, acaba de publicar na revista Human Molecular Genetics, o resultado de uma investigação que culmina com uma importante descoberta na área das doenças neurodegenerativas. O investigador e a sua equipa descobriram que existe um novo fármaco capaz de atrasar a progressão da doença de Machado-Joseph, uma doença de origem genética, incurável, e que se manifesta por uma progressiva perda de controlo nos músculos e na coordenação motora, provocando atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

Após diversas experiências, com resultados bastante positivos em modelos animais, os investigadores avançam agora com importantes revelações para aquela que parece ser, até ao momento, uma possível opção terapêutica para esta doença neurodegenerativa que apresenta especial prevalência nos Açores.

A cordicepina, o fármaco estudado na investigação de Clévio Nóbrega, já se encontra aprovado, para outros fins, nos Estados Unidos, pela agência reguladora FDA (Food and Drug Administration), o que pode acelerar a sua utilização num contexto clínico e tornar-se uma opção futura no tratamento da doença.

Embora, como afirma o investigador, seja necessário esclarecer que “não se trata de uma cura”, a descoberta, levada a cabo na Universidade do Algarve, reveste-se de especial importância uma vez que, como assegura Clévio Nóbrega “a cordicepina pode constituir, no futuro, uma estratégia eficaz para atrasar a progressão desta e até de outras doenças neurodegenerativas”.

Para já, fica uma certeza: a de que este medicamento constitui uma nova abordagem - segura e efetiva - a uma doença relativamente rara em quase todo o mundo, mas que afeta uma em cada 4000 pessoas de ascendência portuguesa e que, só nos Açores, bate todos os recordes, com uma pessoa afetada em cada 140 indivíduos.

Os resultados da investigação, realizada em colaboração com o CNC (Centro de Neurociências e Biologia Celular), da Universidade de Coimbra, e financiada pela AFM (The French Muscular Dystrophy Association), encontram-se já disponíveis, online, aqui.

 

Gabinete de Comunicação – Universidade do Algarve


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