O mês dos planetas
Março de 2012 está a ser um mês propício para a observação de planetas. Aliás, o início do mês foi mesmo ideal, com todos os planetas visíveis a olho nu a poderem ser observados durante a mesma noite – Mercúrio logo ao pôr-do-Sol, e Saturno a aparecer por volta da meia-noite.
Mas apesar de se ver no início do mês, agora Mercúrio já está ofuscado pelo Sol. Por isso, ao anoitecer, podem ver-se apenas 3 dos 5 planetas observáveis a olho nu.
Logo ao pôr-do-Sol (e na direção deste), será bem fácil encontrar nesta altura duas “super-estrelas”, sendo a menos brilhante o planeta Júpiter, e a mais brilhante, o planeta Vénus. A conjunção (o ponto de maior aproximação) destes dois planetas foi no passado dia 13 de março, por isso Júpiter está a afastar-se cada vez mais de Vénus (e a aproximar-se do Sol).
Nos dias 25 e 26 de março, a Lua formará um trio com eles, oferecendo um espetáculo interessante no céu do anoitecer. O nosso satélite vai estar “colado” a Júpiter no dia 25, e logo ao lado de Vénus no dia 26
Mas os próximos 30 dias serão de mudança.
Com a Primavera, o Sol põe-se cada vez mais tarde, e com Júpiter a aproximar-se a passos largos da nossa estrela, deixará de ser visível lá para o início de Abril. Vénus continua a afastar-se do Sol durante algum tempo, e por isso será visível até ao início de Maio.
Ainda ao pôr-do-Sol, mas do lado oposto do céu, a Este, pode ver-se uma “estrela alaranjada” – o planeta Marte. Este vai aparecer cada vez mais alto no céu, e fica no céu durante a maior parte da noite.
Marte esteve em oposição (isto é, o ponto de maior aproximação da Terra) no passado dia 3. Como a Terra roda mais rapidamente à volta do Sol, os dois planetas estão agora a afastar-se, e por isso Marte está também a ficar cada vez menos brilhante no nosso céu.
Só falta mesmo Saturno, o planeta dos anéis. Também este irá aparecer cada vez mais cedo durante as próximas semanas, podendo ser visível a Este, por volta das 23h30. Lá para o meio de abril, já estará acima do horizonte por volta das 22h.
Saturno é um planeta que não é fácil de distinguir de uma estrela, pois tem brilho praticamente idêntico a Espiga (Spica), a estrela logo ao seu lado, e é mesmo menos brilhante que a estrela que está por cima, Arcturus.
Para quem os quiser distinguir, Saturno é a “estrela” da esquerda e um pouco mais acima, enquanto Espiga é a estrela da direita.
Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Fig1: O Trio Júpiter, Lua e Vénus, no dia 25 de março 2012. (imagem: Stellarium)
Fig2: Saturno a meio de abril, por volta das 23:00. (imagem: Stellarium)
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Ricardo Cardoso Reis
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