Cetáceos de Portugal: passado, presente e futuro

Tonalidades de azul e verde à nossa frente. O mar. Um livro.

Baleias e golfinhos ao longo da linha de costa portuguesa, continente e ilhas. Cetáceos de Portugal. Já com uma história longa da sua presença na nossa costa, bem como de estudos e projetos continuados sobre as várias espécies e populações que ocorrem, este livro já se fazia esperar.

É, na verdade, o único livro dedicado exclusivamente aos cetáceos numa linguagem direta de quem escreve para quem lê. Recentemente editado pela Escola de Mar, na sua coleção Paleta Natura, que conta também com o livro de fotografia Para Lá da Superfície, mostrou-se aos primeiros leitores neste mês de Junho de 2012. Agora encontra-se à espera dos próximos leitores e demais curiosos, em pontos de venda espalhados pelo país em particular naqueles que de alguma forma estão relacionados com a divulgação sobre o meio natural – museus, aquários, jardins zoológicos, centros de mergulhos, empresas de “whale watching”, postos de turismo.

É uma obra essencial, tanto para quem se inicia no estudo de cetáceos em Portugal, como para todos que desejam conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade marinha na nossa costa. Começando lá atrás no passado, e chegando até às perspetivas de futuro para a conservação de populações e novas tecnologias para as estudar, este livro aborda uma série de técnicas e formas de estudo dos cetáceos.

Geograficamente, não faltam os roazes residentes do estuário do Sado, ex libris do país mais do que apenas duma região, assim como várias espécies costeiras, sempre presentes mas melhor conhecidas nos tempos mais recentes. Estão igualmente representados os golfinhos e as grandes baleias do arquipélago dos Açores e ainda a já longa e continuada experiência do grupo de investigação que os estuda.

Mais do que permitir conhecer um pouco do que cada investigador que se faz, este livro permite conhecer os cientistas - biólogos, técnicos, estatísticos, geneticistas, historiadores - por detrás de cada trabalho. Isto porque cada capítulo, de cada autor individual ou grupo de autores, tem uma identidade própria, é diferente do anterior e do que se segue, é específico no uso da terminologia e na explicação da sua disciplina.

Cada capítulo retrata uma experiência individual, reflete uma sua forma de trabalhar e também uma forma de escrever para o público. Ainda assim, no seu conjunto, os onze capítulos estão escritos a uma única voz, com uma coerência intelectual e uma consistência científica que se reflete na leitura. Seja um estudante universitário, um investigador sénior, ou um qualquer cidadão, o leitor irá receber a informação de forma clara, simples, e também alegre, e sentirá vontade de saber sobre estes grandes animais marinhos que habitam as nossas costas.

Poderá continuar a estudar. Poderá ler mais. Ou, aproveitando o verão que se aproxima, poderá procurá-los no seu meio natural, fazendo uma saída de barco ou, no cimo de uma arriba, perto de si, observando a superfície do mar e a linha do horizonte.

Cristina Brito

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva