Ameaçada a sobrevivência de albatrozes na Antártica
Por: Cristina Pinto / Universidade de Coimbra
As mudanças ambientais muito rápidas que se têm vindo a registar na região da Antártica podem vir a afetar a sobrevivência de predadores de topo, conclui uma investigação internacional, liderada pelo investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra (UC), José Xavier.
Financiado pela British Antarctic Survey e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo em que participaram também 8 cientistas do Reino Unido, França e Alemanha, mostra que predadores de topo, como os albatrozes, não são capazes de encontrar alimento suficiente num ano em que o Oceano Antártico está anormalmente quente, levando a que os seus filhotes morram de fome, pondo em risco a sobrevivência destes predadores de topo caso estes anos fiquem mais frequentes.
«O surpreendente deste estudo é a incapacidade dos albatrozes de encontrarem comida a tempo de salvar os seus filhotes. Como predadores de topo, julgaríamos que poderiam lidar com a falta do seu alimento preferido, podendo mudar para outro alimento facilmente”, afirma José Xavier, autor principal do estudo.
No entanto, prossegue o investigador, «ao analisarmos a sua dieta em muito detalhe, notamos que quando o Oceano Antártico começa a aquecer naquela região, eles tentam ir mais para longe à procura de alimento alternativo, mas sem sucesso».
Este estudo realça a falta de flexibilidade de predadores do Oceano Antártico de se adaptarem às alterações ambientais, o que poderá levar a estarem em risco de sobrevivência, caso aumente a frequência destes anos anómalos.
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
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