Um novo Outono
Neste domingo, dia 22 de Setembro, cerca das 21 horas e 44 minutos (hora continental portuguesa), tem início a estação do Outono.
De facto, o nosso planeta estará num dos dois momentos da sua trajectória anual ao redor do Sol em que, ao meio-dia solar do seu local, um observador no equador verá que o Sol passa pelo zénite e que nesse momento os raios solares "caem" verticamente para a Terra". Este acontecimento astronómico é conhecido por equinócio e corresponde ao início da estação do Outono boreal, no hemisfério norte.
A palavra equinócio tem origem nas palavras latinas aequus (igual) e nox (noite), que deram origem à palavra latina aequinoctiu. Por outras palavras, designa o momento em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja 12 horas.
Mas afinal, porque é que ocorrem os equinócios? O movimento da Terra em torno do Sol “desenha” uma órbita (a Eclíptica) que é inclinada relativamente ao equador terrestre. Recorde-se que é por esta razão que os globos didácticos usados nas escolas são, frequentemente, construídos tendo o eixo de rotação inclinado relativamente à vertical (a esta inclinação dá-se o nome de Obliquidade da Eclíptica e o respectivo ângulo tem o valor de 23,5 graus). É devido a esta inclinação que ocorrem as estações e, neste caso, o Outono.
A partir do início do Outono, as noites serão progressivamente maiores do que o dia até ao início do Inverno. Depois deste domingo fica a certeza astronómica que a noite vai ganhando ao dia … até que venha a Primavera. A progressiva diminuição do período de tempo em que o Sol está sobre o horizonte, irá fazer com que os seres vivos se ajustem para suportar temperaturas e intensidades luminosas cada vez menores. As árvores de folha caduca e outras plantas desinvestem das suas folhas. Arrecadam seu arsenal fotossintético e, com a remoção das clorofilas que as vestiram de verde na primavera e no verão, sobressaem agora outros pigmentos de cores brilhantes avermelhadas, alaranjadas, acastanhadas, amareladas, que pincelam a paisagem com uma sinfonia de cores outonais deslumbrantes.
António Piedade
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António Piedade
António Piedade é Bioquímico e Comunicador de Ciência. Publicou mais 700 artigos e crónicas de divulgação científica na imprensa portuguesa e 20 artigos em revistas científicas internacionais. É autor de nove livros de divulgação de ciência: "Íris Científica" (Mar da Palavra, 2005 - Plano Nacional de Leitura),"Caminhos de Ciência" com prefácio de Carlos Fiolhais (Imprensa Universidade de Coimbra, 2011), "Silêncio Prodigioso" (Ed. autor, 2012), "Íris Científica 2" (Ed. autor, 2014), "Diálogos com Ciência" (Ed. autor, 2015) prefaciado por Carlos Fiolhais, "Íris Científica 3" (Ed. autor, 2016), "Íris Científica 4" (Ed. autor, 2017), "Íris Científica 5" (Ed. autor) prefaciado por Carlos Fiolhais, "Diálogos com Ciência" (Ed. Trinta por um Linha, 2019 - Plano Nacional de Leitura) prefaciado por Carlos Fiolhais. Organiza regularmente ciclos de palestras de divulgação científica, entre os quais, o já muito popular "Ciência às Seis". Profere regularmente palestras de divulgação científica em escolas e outras instituições.
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