O crescimento da colossal Cabeleira de Berenice
Nesta imagem podemos observar o muito grande, muito distante e muito gasoso Enxame de Coma (também chamado Cabeleira de Berenice). Trata-se de um enxame gigante com mais de 1000 galáxias que se mantêm ligadas entre si pela gravidade. Se olhar com atenção conseguirá distinguir as formas brancas e amareladas das galáxias dispersas na fotografia. As manchas cor-de-rosa mostram braços de gás cuja temperatura atinge os milhões de graus.
Todos os grandes enxames contêm gás muito quente, que emite grandes quantidades de poderosos raios X que podemos observar na cor rosa da imagem. Como os raios X não são visíveis aos nossos olhos, os astrónomos coloriram-nos de cor-de-rosa. Este gás é na realidade uma poderosa ferramenta para os astrónomos, pois permite determinar a quantidade de material no enxame, usando apenas a temperatura do gás! Quanto mais elevada a temperatura do gás, mais material existe!
A nossa galáxia também faz parte de um grupo de galáxias chamado Grupo Local. O nosso enxame também está repleto de gás, mas este encontra-se tão disperso que não conseguimos vê-lo quando olhamos para o céu noturno. Como o Grupo Local é muito mais pequeno que o enxame de Coma, o gás em volta da nossa galáxia não está nem de longe tão quente.
O gás desta imagem também nos conta outra história. A forma destas nuvens cor-de-rosa e o modo como se dispersaram pelo enxame dão-nos pistas sobre a forma como se deu o crescimento do enxame de Coma. Mostra-nos que pequenos grupos de galáxias e pequenos grupos de enxames de galáxias chocaram e combinaram-se entre si ao longo do tempo. O resultado final é o colossal enxame de Coma, uma das maiores estruturas que podemos observar em todo o universo.
Facto curioso
O enxame de Coma encontra-se muito distante. Se começasse hoje a viajar numa nave espacial gigante, com comida, água e oxigénio ilimitados e os seus filhos tomassem conta da missão quando morresse e o mesmo acontecesse em cada geração seguinte, seriam precisas 9 milhões de gerações até que a nave chegasse ao enxame! E isto se realizasse o impossível e viajasse à velocidade da luz.
Créditos:
EU Universe Awareness. Versão Portuguesa: Paula Furtado (Nuclio/UNAWE Portugal)
Este artigo é baseado no Comunicado de Imprensa de Chandra X-ray Observatory.
© 2013 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
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