Porque razão é que o Sol e a Lua nos parecem do mesmo tamanho no céu?
O Sol e a Lua mostram o mesmo tamanho no céu. Mas a Lua é muitíssimo menor do que o Sol, algo como comparar um pequeno berlinde com uma bola gigantesca de quatro metros de diâmetro. A que se deve a coincidência aparente de tamanhos?
O diâmetro do Sol é de cerca de 1 400 000 km. O diâmetro da Lua mede aproximadamente. 3500 km. Portanto, o diâmetro solar vale cerca de 400 vezes o diâmetro lunar. Mas o Sol também está cerca de 400 vezes mais longe de nós do que a Lua.
Desta coincidência espantosa resulta o facto de ambos os astros, vistos da Terra apresentarem o mesmo tamanho aparente: cerca de 0,5º. É essa coincidência que possibilita a beleza dos eclipses totais do Sol, coberto “à justa” pela Lua. Mas estes valores variam ligeiramente, no caso do Sol e no caso da Lua, como o leitor verá seguidamente.
É possível fazer uma experiência simples e reveladora. Se olharmos para uma pequena bola de 4 cm de diâmetro, a um metro do olho, e para outra bola de 20 cm de diâmetro, colocada 5 metros do olho, veremos que as duas mostram o mesmo diâmetro aparente: parecem do mesmo tamanho. Colocando a bola pequena alinhada com a grande, mantendo as distâncias referidas, veremos que a bola pequena cobre exactamente a bola grande.
O diâmetro aparente do Sol varia ligeiramente ao longo do ano, em resultado da forma elíptica da órbita da Terra, o que faz com que a distância da Terra ao Sol tenha uma pequena variação. O diâmetro aparente da Lua varia um pouco mais do que o diâmetro aparente do Sol, também devido à forma elíptica da órbita da Lua, mas esta órbita é mais excêntrica (menos parecida com uma circunferência) do que a órbita da Terra em torno do Sol.
Estas pequenas variações nas distâncias Terra-Lua e Terra-Sol vão traduzir-se por diferenças nos diâmetros aparentes com que, da Terra, vemos a Lua (variação de 14% do seu diâmetro aparente) e o Sol (variação de 3,3%). Se um eclipse do Sol ocorrer com a Lua no apogeu (ou quase no apogeu), ela vai aparecer mais pequena e não conseguirá ocultar totalmente o Sol, mesmo que (para o observador terrestre) ela passe centrada com o Sol.
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Texto, fotografia e ilustração de Guilherme de Almeida
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Sobre o autor: http://www.wook.pt/authors/detail/id/5235
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Guilherme de Almeida (n. 1950) é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa e foi professor desta disciplina, tendo incluído Astronomia na sua formação universitária. Proferiu mais de 90 de palestras sobre Astronomia, observações astronómicas e Física, publicou mais de 100 artigos e é formador certificado nestas matérias. É autor de oito livros sobre Astronomia, observações astronómicas e Física. Algumas das suas obras também estão publicadas em inglês, castelhano e catalão. Mais informação em http://www.wook.pt/authors/detail/id/5235
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Guilherme de Almeida
Guilherme de Almeida (n. 1950) é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa e foi professor desta disciplina, tendo incluído Astronomia na sua formação universitária. Proferiu mais de 80 de palestras sobre Astronomia, observações astronómicas e Física, publicou mais de 90 artigos e é formador certificado nestas matérias. Utiliza telescópios mas defende a primazia do conhecimento do céu a olho nu antes da utilização de instrumentos de observação. É autor de oito livros sobre Astronomia, observações astronómicas e Física. Algumas das suas obras também estão publicadas em inglês, castelhano e catalão. Mais informação em http://www.wook.pt/authors/detail/id/5235
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