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Sabia que os navios naufragados também se adoptam?

11 Dez 2016 - 12h29 - 2.219 caracteres

O destroço do caça-minas Roberto Ivens foi incluído na lista dos destroços do programa “Adopt a Wreck” da organização britânica Nautical Archaeology Society, sendo o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa a entidade adoptante.

Esta iniciativa surge como resultado da investigação de Paulo Costa, estudante de mestrado e investigador no IHC na área da arqueologia náutica e subaquática contemporâneas, e responsável pela equipa que descobriu a localização do navio naufragado.

O caça-minas Roberto Ivens afundou-se na barra do rio Tejo a 26 de Julho de 1917, em resultado da colisão com uma mina submarina colocada pelo submarino imperial alemão UC54. A descoberta da sua localização, quase cem anos depois e numa posição distinta daquela onde as fontes oficiais apontavam a perda do navio (foi encontrado a Sul do farol do Bugio), trouxe uma nova luz sobre a real dimensão da ameaça submarina em águas territoriais portuguesas durante a I Grande Guerra. O estudo das circunstâncias do seu afundamento insere-se nos trabalhos desenvolvidos pelo IHC sobre o envolvimento português na I Grande Guerra.

O programa “Adopt a Wreck” tem como objectivo envolver a comunidade civil na inventariação, protecção, estudo e divulgação de destroços com valor patrimonial. Assim sendo, a Nautical Archaeology Society incentiva a “adopção” dos destroços por associações, clubes, instituições estatais e académicas, ou até mesmo indivíduos, que assumem a função de desenvolver investigação e monitorizar a conservação dos destroços.

 

Imagem em anexo: Estado actual do destroço Roberto Ivens - sonar de varrimento lateral resultante da prospecção geofísica realizada em conjunto com a Marinha Portuguesa.

 

Instituto de História Contemporânea


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