Nova ferramenta para a geologia portuguesa
Os estudantes, professores, investigadores, cientistas que se interessam pela Geologia, possuem, desde o Outono passado, de uma nova ferramenta.
Não se trata de um martelo, escopo ou cinzel, nem de um novo instrumento sofisticado para determinar a composição ou estrutura desconhecia de dado minério. Trata-se antes de uma utilíssima ferramenta, construída pelo trabalho paciente, rigoroso e experiente do Professor António M. Galopim de Carvalho: o “Dicionário de Geologia”, editado pela editora Âncora.
Mas este não é um dicionário comum. De facto, os 9115 vocábulos que reúne em português, são seguidos, antes de definidos e sempre que assim é requerido, pelo seu sinónimo inglês, não fosse esta a língua franca em que a Ciência se expressa hoje em dia a nível internacional. Depois, acrescente-se que o desenvolvimento dado na definição de cada vocábulo é contextualizado pela importância e na área da Geologia a que pertence, o que permite apreender algo mais do que o que derivaria de uma simples definição. Designações mais comuns ou populares de alguns vocábulos são feitos corresponder à terminologia mais rigorosa, o que torna a utilização deste dicionário uma experiência multi-direccional e muito enriquecedora em várias perspectivas.
Ademais, o cuidado na construção da definição de cada vocábulo mostra que o autor teve preocupações em comunicar os conteúdos de forma acessível a um universo leitores com potenciais formações distintas, o que não é de estranhar por ser A.M. Galopim de Carvalho um talentoso e incontornável comunicador de ciência.
Refira-se que o “Dicionário de Geologia” resultou da vontade e trabalho do autor para finalizar um projecto iniciado em 1971 pelo Prof. Carlos Teixeira (Universidade de Lisboa), continuado até 1988 pelo Prof. Francisco Gonçalves (Universidade de Évora), com os quais o autor colaborou activamente. Obra feita, contribuiu para o autor deixar a marca da sua excelência presente nas comemorações dos Anos Internacionais do Planeta Terra (entre 2007 e 2009) e do Centenário da Universidade de Lisboa, em 1911.
O “Dicionário de Geologia” é uma obra útil a todos e que vai ajuda a desbravar e a divulgar o conhecimento geológico, a descodificar terminologia mais ou menos especializada, a corrigir a precisão necessária para o bom entendimento e uma boa comunicação nesta disciplina científica.
António Piedade
© 2012 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
António Piedade
António Piedade é Bioquímico e Comunicador de Ciência. Publicou mais 700 artigos e crónicas de divulgação científica na imprensa portuguesa e 20 artigos em revistas científicas internacionais. É autor de nove livros de divulgação de ciência: "Íris Científica" (Mar da Palavra, 2005 - Plano Nacional de Leitura),"Caminhos de Ciência" com prefácio de Carlos Fiolhais (Imprensa Universidade de Coimbra, 2011), "Silêncio Prodigioso" (Ed. autor, 2012), "Íris Científica 2" (Ed. autor, 2014), "Diálogos com Ciência" (Ed. autor, 2015) prefaciado por Carlos Fiolhais, "Íris Científica 3" (Ed. autor, 2016), "Íris Científica 4" (Ed. autor, 2017), "Íris Científica 5" (Ed. autor) prefaciado por Carlos Fiolhais, "Diálogos com Ciência" (Ed. Trinta por um Linha, 2019 - Plano Nacional de Leitura) prefaciado por Carlos Fiolhais. Organiza regularmente ciclos de palestras de divulgação científica, entre os quais, o já muito popular "Ciência às Seis". Profere regularmente palestras de divulgação científica em escolas e outras instituições.
Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto
Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo