O céu de setembro de 2020
A primeira terça-feira do mês é sinalizada pela presença da Lua Cheia junto da constelação do Aquário.
No dia 6, a Lua ter-se-á deslocado até junto da constelação dos Peixes. Ao final dessa madrugada a Lua estará numa direção tão próxima da de Marte, que nos distritos de Beja, Évora, Faro e Setúbal e no Arquipélago da Madeira poderão assistir à ocultação deste planeta pelo nosso satélite natural. Este evento terá lugar pelas seis horas e vinte minutos no Arquipélago da Madeira, e cerca de 20 minutos depois no Continente. Efemérides astronómicas tais como a hora de início e final destes eventos, ou a posição donde se dá o "contacto" entre a Lua e os planetas eram utilizadas pelos astrónomos para confirmarem os seus cálculos relativos aos movimentos dos corpos do sistema solar.
Poucos minutos antes do final do dia 9, véspera do quarto minguante, iremos assistir ao nascimento da Lua junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro.
Duas noites depois (dia 11) Neptuno estará em oposição, i.e., a posição diametralmente oposta do Sol, sendo uma excelente ocasião para se observar este planeta. No entanto tal atividade requer não só o uso de um telescópio (ou de um bom par de binóculos) como também de um céu livre de fontes de poluição luminosa que ofusquem a ténue luz deste planeta.
No dia 14 será a vez do planeta Vénus ser visitado pela Lua. Este planeta apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da manhã, nascendo pelas quatro horas da madrugada.
Ao meio-dia de dia 17 terá lugar a Lua Nova. Por ocorrer catorze horas antes da Lua atingir o ponto da sua órbita mais próximo da Terra (o perigeu) poderá dar origem a marés mais intensas do que é habitual: são o que se chamam de marés vivas perigeana.
Dois dias depois da Lua Nova, a Lua será vista junto a Mercúrio, planeta observável durante todo o mês ao anoitecer.
Pelas catorze horas e trinta e um minutos de dia 21 o nosso planeta volta a atingir um dos dois pontos da sua órbita em que o seu eixo de rotação fica perpendicular à direção do Sol, e consequentemente os hemisférios norte e sul terrestres se encontram igualmente iluminados. Chamamos a este evento equinócio outonal pois a partir deste momento nosso hemisfério passa a estar voltado na direção contrária à do Sol, dando assim origem ao Outono nesta parte do globo.
De notar devido à refração atmosférica o Sol aparece-nos sempre ligeiramente acima da sua posição real, e portante nesta data o dia dura ligeiramente mais do que a noite. Apenas no dia 25 é que dia e noite terão duração semelhante.
Finalmente o quarto crescente terá lugar pelas 3 horas da madrugada de dia 24, mas por esta hora a Lua já se terá posto. Ao início da noite seguinte a Lua será vista em aproximação ao planeta Júpiter, e um dia depois já junto a Saturno.
Boas observações!
Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Figura 1: Céu a Sudeste pela uma hora da madrugada de dia 2. Igualmente é visível a posição da Lua no dia 6.
Figura 2: Céu a Sudoeste ao anoitecer de dia 19. Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 24 e 25.
(imagens adaptadas de Stellarium)
© 2020 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Fernando Gutiérrez Pinheiro
Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto
Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo