A nova batalha de Carenque
Por: A.M. Galopim de Carvalho
Neste momento estamos a viver um período em que temos outras urgências bem mais gritantes (a da saúde, a da economia…) não é oportuno insistir na concretização do projecto de construção do Museu e Centro de Interpretação de Pego Longo (Carenque), anexo à jazida com pegadas de dinossáurio, da antiga pedreira de Santa Luzia, aprovado pela autarquia sintrense em 2001, há, portanto, quase vinte anos.
Mas, para já, é necessário e urgente travar a degradação e destruição, em curso, da laje que contém as pegadas, protegendo eficazmente o que resta da jazida, na espera de melhores dias, em que possa ter lugar a concretização do dito Museu e Centro de Interpretação.
Mas também é necessário denunciar um crime contra um importante património natural, classificado oficialmente, como Monumento Natural, em 1897 (Decreto nº 19/97, de 5 de Maio), por proposta minha, enquanto director do Museu Nacional de História Natural. E esse crime é o total abandono deste património, ao longo destes quase vinte anos, por parte dos responsáveis, por lei, em protegê-la, não obstante as muitas insistências que foram feitas, quer directa e pessoalmente, quer através da comunicação social.
Diz o Artigo 7º, do mesmo Decreto, que cabe ao Instituto de Conservação da Natureza “e das Florestas” e à Câmara Municipal de Sintra a fiscalização e, portanto, a protecção deste Monumento Natural
A verdade é que, nestes quase 20 anos, gastos que foram cerca de 8 milhões de euros (na abertura dos dois túneis da CREL) a jazida está transformada numa autêntica lixeira, onde a vegetação arbustiva e arbórea cresce livremente, destruindo a delgada laje que contém as pegadas.
A propósito, o Dr. Varela de Matos escreveu:
“Um grupo de Advogados aceitou o repto do professor Galopim e deitou mãos à obra,…
Podiam ter ficado sentados no sofá a colocar likes, a escrever posts e postais indignados?
Podiam!
Mas eles são de outra têmpera …
podiam passar o dia no instagram a postar fotos deles e das suas carantonhas feias?
podiam!
Pro Bono!
Dino Barbosa, Katerine Ilechko, Ana Rita Henriques, Leonor Belo, José Manuel Fernandes, Laura Andrés, Soraia Cunha e Varela de Matos.
Vários professores catedráticos, académicos e artistas se associaram, requerendo em conjunto com o professor, a providência, para salvaguardar a jazida ao abandono há quase 20 anos e transformada em lixeira...
Aguardemos os próximos desenvolvimentos desta batalha cívica”…
A.M. Galopim de Carvalho
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A.M. Galopim de Carvalho
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