Sequenciando o ADN, descobrindo a individualidade!
Por: Margarida Vieira
O ADN (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula que armazena toda a informação genética. Cada uma das nossas células possui cerca de 2 metros de ADN, sendo este o maior polímero que possuímos disposto sob a forma de dupla cadeia helicoidal.
O que faz com que todos os seres sejam únicos? A sequência de quatro componentes do ADN designados por bases azotadas.
Da mesma forma que utilizamos o alfabeto para construir palavras, a informação no ADN é escrita com 4 letras bioquímicas, as bases azotadas, Adenina (A), Timina (T), Citosina (C) e Guanina (G). O modo como se ligam, responsável por manter a cadeia dupla helicoidal, é específico. A base azotada T emparelha com a A e a G com a C. A individualidade de cada ser vivo é assegurada pela forma como estas bases se repetem ao longo da cadeia. Embora seja sempre diferente, apresenta mais semelhanças entre indivíduos com maior grau de parentesco.
A sequenciação é uma técnica que permite determinar a presença e ordem das bases azotadas, num fragmento de ADN. Estas bases, ligadas a um acúcar (a pentose – desoxirribose), e este a um grupo fosfato, formam um nucleótido, o bloco (monómero) constituinte do ADN.
Dependendo do método de sequenciação, pode ser determinada a sequência exata de uma cadeia de ADN com uma constituição de até 500 nucleótidos, marcando radioativamente e de forma seletiva a extremidade da cadeia a ser sequenciada. É essencial para o efeito, desenrolar (desnaturar) a dupla cadeia, separando-a em duas cadeias simples, recorrendo a reagentes químicos ou a enzimas.
A informação será revelada recorrendo à eletroforese, um método de separação de moléculas ou fragmentos com carga elétrica, (o ADN apresenta cargas elétricas negativas devidas aos grupos fosfato) de modo a obter fragmentos que diferem por uma base azotada.
Para os que gostam de séries, como CSI, muitas vezes são apresentadas imagens de monitores repletos de ATCG, com a correspondência do indivíduo a quem pertence a informação. Estes perfis completos são obtidos, usando um aparelho, o sequenciador automático, e sistemas de bases de dados genéticos dos cidadãos.
Em Portugal teve inicio a construção de uma base de dados genéticos, em 2011, apenas para fins médicos.
Margarida Vieira
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
© 2012 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Margarida Vieira
Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto
Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo