Influenza, o vírus e a gripe
Nos anos 60 do século XX o nome do vírus da gripe, influenza, foi atribuído devido à sua capacidade de ligação ao muco. Esta designação, com origem na língua italiana significa "influência" (em latim, influentia).
Este vírus pertence a uma família que inclui os vírus influenza dos tipos A, B e C, que se distinguem uns dos outros com base nas diferenças antigénicas do invólucro externo ou capsídeo e das proteínas da matriz.
O capsídeo do vírus possui cerca de 750 antigénios de superfície, correspondentes às glicoproteínas hemaglutinina e neuraminidase. Estas moléculas com grande capacidade para estimular o sistema imunitário também contribuem para a virulência do vírus da gripe.
As três maiores pandemias do século passado foram causadas pelo aparecimento de novas estirpes virais em seres humanos, resultantes de mutações nos vírus específicos de espécies animais, como aves e suínos. O resultado destas mutações é a contaminação de seres humanos, quando entram em contacto com os animais infetados ou, fluidos biológicos dos mesmos. Posteriormente o vírus é transmitido entre as pessoas, como aconteceu em 2009, no caso da gripe suína.
A vacinação é feita nos países desenvolvidos, maioritariamente a pessoas que apresentem maior risco de contrair a doença e aos animais. A vacina mais comum, designada por trivalente, possui material purificado e inativo de 3 estirpes do vírus, 2 do tipo A e uma do tipo B. Do ponto de vista clínico e epidemiológico, são estes dois tipos com relevância para o Homem, sendo os do tipo A responsáveis pelas pandemias.
Uma vacina que na sua composição possui o vírus inativo ou atenuado, não provoca a doença, estimula o sistema imunitário para que num futuro contacto com o vírus, possa reconhecê-lo como sendo estranho ao organismo e atuar na sua defesa, produzindo anticorpos específicos. As vacinas são reformuladas todos os anos devido à constante mudança do vírus e predominância de estirpes diferentes.
A maior parte das estirpes pode ser facilmente neutralizada com desinfetantes e detergentes.
Margarida Vieira
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